quarta-feira, 27 de abril de 2011

Turismo Ecológico / Aventura

Minas Gerais possui paisagens naturais cinematográficas. Quem quiser vivenciar um intenso contato com a natureza em meio aos mais belos cenários do Estado deve começar por um de seus parques estaduais. Banho de cachoeira, travessias de córregos e rios, mirantes e a recompensa da visão de pedaços praticamente intocados da Mata Atlântica ajudam o turista a encontrar preciosos tesouros naturais guardados entre as montanhas.
 
Além disso, Minas Gerais é um Estado pródigo em recursos minerais, entre os quais se destacam numerosas fontes de água mineral dos mais diversos tipos. Essas fontes estão disponíveis em cidades do chamado Circuito das Águas, onde os recursos naturais se transformam em atrativos para o turismo de saúde. Deve-se ainda acrescentar que o entorno dessas cidades é repleto de trilhas, cachoeiras e atrações para o ecoturismo.

PARQUES NATURAIS
O território de Minas Gerais abriga sete parques florestais nacionais e 14 estaduais, além de florestas nacionais e áreas de preservação ambiental.

Parque Estadual do Itacolomi
O Parque Estadual do Itacolomi fica na região sudeste de Minas Gerais, a 100 km da capital, ocupando uma área de 7.543 hectares de belezas naturais. Situado em Ouro Preto e Mariana e integrando o percurso da Estrada Real, o Itacolomi se torna parte dos cenários dessas cidades históricas.

O destaque é o pico do Itacolomi, com 1.700 metros de altura, do qual é possível se avistar Ouro Preto, Mariana e a região em volta. Outra atração é a Casa Bandeirista, transformada em museu. O imóvel, construído entre 1706 e 1708, é considerado o primeiro prédio público do Estado.

O patrimônio natural, com grande diversidade biológica, é composto por campos de altitude e afloramentos rochosos nas partes mais altas da serra, onde predomina uma flora riquíssima, formada por gramíneas, sempre-vivas, orquídeas e canela-de-ema.

A fauna do Parque é diversificada, podendo ser encontrados mamíferos, répteis, anfíbios e aves das mais variadas espécies, algumas ameaçadas de extinção, como a lontra, a onça parda, a jaguatirica, o lobo-guará, o sauá ou e aves como pavó e o jacuaçu.

Parque Estadual do Rio Doce
Árvores centenárias, madeiras nobres de grande porte e uma infinidade de animais nativos compõem o cenário do Parque Estadual do Rio Doce, a 248 km de Belo Horizonte, um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica no Brasil

Com um notável sistema lacustre, composto por quarenta lagoas naturais — dentre as quais se destaca a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 km² e profundidade de até 32,5 metros —, o parque proporciona um espetáculo de rara beleza. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante fonte de estudos e pesquisas da fauna aquática nativa, com espécies como bagre, cará, lambari, cumbaca, manjuba, piabinha, traíra, tucunaré, dentre outras.

No local é possível encontrar aves como o beija-flor besourinho, chauá, jacu-açu, saíra, anumará etc. Animais ameaçados de extinção, como a onça pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, este o maior macaco das Américas, também habitam a área.

Parque Estadual do Ibitipoca
Ibitipoca, que significa "serra fendida", é o nome do Parque Estadual situado no sudoeste do Estado, na Serra da Mantiqueira, a 332 km de Belo Horizonte. Parte da Estrada Real, o parque possui vários atrativos naturais, como mirantes, grutas, praias, piscinas naturais, cachoeiras e picos. Entre eles se destacam as grutas da Cruz, dos Três Arcos, dos Viajantes, do Pião e do Coelho. O pico do Ibitipoca, ou da Lambada, com 1.784 metros de altitude, oferece uma vista panorâmica inigualável.

A flora é um grande atrativo do local, com diversas espécies relevantes como orquídeas, bromélias, candeias, líquens e samambaias. Traço marcante da vegetação no Ibitipoca são as "barbas-de-velho", uma espécie de líquen verde-água que pende dos galhos das árvores, provocando um belo efeito visual. A vegetação floresce o ano inteiro, oferecendo grande beleza cênica.

A fauna do parque possui espécies como a onça parda, lobo-guará, macaco barbado, sauá e sagüi, papagaio do peito roxo, quati e andorinhão-de-coleira-falha, entre outros.

Parque Estadual do Rio Preto
Localizado a 355 km de distância da capital do Estado, o Parque Estadual do Rio Preto também faz parte do trajeto da Estrada Real. O parque conta com inúmeros atrativos turísticos, todos com surpreendente beleza, destacando-se as cachoeiras do Crioulo e da Sempre-Viva, as pinturas rupestres e os mirantes naturais que permitem aos visitantes a contemplação de toda a reserva e seu entorno
 A área abriga diversas nascentes, dentre as quais se destaca o Rio Preto, um dos mais importantes afluentes do Araçuaí, que, por sua vez, é afluente do rio Jequitinhonha. Os recursos hídricos privilegiados favorecem a formação de cachoeiras, piscinas naturais, corredeiras, sumidouros, cânions e praias fluviais com areias brancas.

Em 1991, o Rio Preto foi declarado Rio de Preservação Permanente, concretizando o grande interesse da comunidade de São Gonçalo do Rio Preto. Esta ação culminou na necessidade de proteger sua nascente. Dois anos depois foi sancionada a lei que autorizou a criação do Parque Estadual do Rio Preto.

Parque Natural do Caraça
Um recanto natural a apenas 130 km de distância de Belo Horizonte, o Parque Natural do Caraça possui ótimas opções de passeios, com inúmeros atrativos naturais.

Criado com o objetivo de preservar o singular ecossistema formado pela conjunção, que ali se dá, da Mata Atlântica com o Cerrado, o parque abriga, junto com a fauna e a flora de grande variedade e riqueza, belas cachoeiras e cascatas, picos e cavernas. Mais de 200 espécies de orquídeas já foram identificadas dentro dos limites do Caraça.

Por ter tantas matas preservadas, o parque é um paraíso para uma enorme variedade de animais. São macacos (como o guigó), quatis, esquilos, antas, gatos-do-mato e, claro, o habitante mais famoso, o lobo-guará, hoje um símbolo do Caraça. Uma das atrações é poder ver o lobo-guará bem de perto, sendo alimentado pelos padres do Santuário, à noitinha.

Circuito das Águas
O Circuito das Águas está localizado no sul de Minas Gerais e é formado pelas cidades de Cambuquira, Lambari, São Lourenço, Baependi, Campanha, Caxambu, Heliodora, Conceição do Rio Verde e Soledade de Minas. As fontes de água provêm da Serra da Mantiqueira que, preservando parte da Mata Atlântica de Minas Gerais, privilegia esses municípios com belíssimas paisagens.
O foco do turismo na região não se deve apenas à beleza de suas fontes, mas também à ação terapêutica das águas de Minas Gerais, confirmada cientificamente. Pessoas do mundo inteiro ingerem essas águas e se banham em suas fontes como terapia para o estresse, as dores musculares, o reumatismo, a hipertensão arterial, a arteriosclerose, os distúrbios do intestino ou do estômago, entre outros males.

Além do poder medicinal de suas águas, do clima ameno — com temperaturas variando entre 10º e 26ºC — e das opções de passeios, essas cidades são famosas por serem muito acolhedoras e agradáveis. A tranqüilidade do interior, unida à hospitalidade do povo e à infra-estrutura voltada para o turismo na região, constitui o cenário ideal para quem procura relaxamento e descanso. As águas do sul de Minas Gerais, mais do que um roteiro turístico, são um patrimônio do Estado.

Araxá
Apesar de não estar inserida no Circuito das Águas, a cidade de Araxá é a estância hidromineral mais conhecida de Minas Gerais e um dos maiores centros turísticos do oeste do Estado. Repleta de termas de águas radiativas e sulfurosas, que trazem variados benefícios para a saúde, Araxá — que está a 375 km de distância da capital do Estado — possui também uma grande variedade de atividades turísticas, como sua conhecida culinária e atrações naturais perfeitas para o ecoturismo e o turismo rural.
A principal atração local é o Complexo do Barreiro, que fica a 5 km do centro da cidade e abriga o Grande Hotel e as Termas de Araxá. O Hotel foi construído em 1944 e tornou-se um símbolo do crescimento da região. Sua construção reúne todo o luxo que estava na moda na época: vidros bisotados, mármore de carrara, lustres de cristal e grandes salões de baile.

Ao lado do hotel estão as Termas de Araxá, onde podem ser aproveitados os efeitos comprovadamente terapêuticos das abundantes fontes do local, com os seus banhos radiativos, sulfurosos, com mel, ervas e a famosa lama preta de Araxá.

Fazendas e belezas naturais
Minas Gerais conta com uma generosa oferta para o ecoturismo também em fazendas e nas regiões pródigas em atrações como lagos, cachoeiras, matas com espécies raras e belas montanhas. Nos circuitos das serras do Ibitipoca e do Brigadeiro, por exemplo, é possível conhecer alguns dos picos mais altos do Estado e trechos preservados da Mata Atlântica, que pode ser encontrada também na região do Rio Doce, no leste de Minas. Na região Central de Minas, há um circuito que reúne vilas e fazendas que guardam características ainda do Ciclo do Ouro. Cercadas por montanhas e rios, eram roteiro das tropas que levavam o ouro de Minas para o Rio de Janeiro e, de lá, traziam mercadorias para sustentar a atividade extrativista. 

TURISMO DE AVENTURA
O turismo de aventura tem caminhado a passos largos em Minas Gerais. A geografia do Estado, com suas montanhas, rios, matas e cachoeiras, têm mostrado um enorme potencial.

Regiões com matas preservadas são geralmente os pontos mais visitados para essa atividade, e o Estado de Minas está cheio de opções para quem prefere a adrenalina da aventura à tranqüilidade do descanso. Um dos locais mais conhecidos é a Serra do Cipó, um exuberante conjunto natural localizado a apenas 100 km de Belo Horizonte, em uma área de proteção ambiental chamada Parque Nacional da Serra do Cipó. Esta área possui cerca de 85 km de perímetro, onde são encontrados tipos os mais variados de vegetação e relevo.

A Serra do Cipó é uma formação rochosa que divide as águas das bacias do Rio Doce e do Rio São Francisco, formando paisagens de grande beleza, como a cachoeira da Farofa, com mais de 70 metros de queda livre, e o cânion das Bandeirinhas, por onde corre um ribeirão. Esse é o cenário perfeito para a prática dos muitos esportes que são oferecidos ali.
Entre as opções de esportes na região, podem ser citados, por exemplo, escalada, trekking (uma longa caminhada com pernoite ao ar livre), caiaque, rappel (descida pendurado por cordas em abismos, penhascos ou grandes rochas), mountain bike, exploração de cavernas, safári e várias outras atividades.

Um pouco mais afastado de Belo Horizonte, a 324 km de distância, está o Pico do Ibituruna, na cidade de Governador Valadares. O pico propicia trilhas para caminhadas, passeios de bicicleta e canoagem, mas, com seus 1.123 metros de altitude, o seu forte não está no solo e, sim, no ar. O lugar é considerado o melhor local do Brasil e um dos cinco melhores do mundo para a prática de esportes aéreos. Balonismo, pára-quedismo, vôo livre e paraglider (esporte no qual um pára-quedas aberto decola do chão ou de uma rampa natural) são algumas das modalidades mais praticadas na região.

A tradição nessas práticas esportivas é ali tão forte que, todos os anos, a abertura das temporadas de asa-delta e paraglider no Brasil acontecem em Governador Valadares. O local foi sede do campeonato mundial de paraglider em 2005, firmando a cidade de Governador Valadares e o Pico do Ibituruna como ponto de referência internacional na prática de esportes e turismo de aventura. 
Uma outra opção é a visita ao Circuito Turístico das Grutas, onde é possível misturar atividades de ecoturismo, culturais e de aventura. As grutas mais famosas são a do Maquiné, em Cordisburgo; da Lapinha, em Lagoa Santa, e a do Rei do Mato, em Sete Lagoas. Para quem gosta de esportes aquáticos, as cidades do entorno dos lagos de Furnas e Três Marias são excelentes opções. Com perímetro de 3,7 mil km, em Furnas é possível a prática de canoagem, esqui aquático, wakeboard e vários outros esportes radicais. O interior de Minas reserva ainda recursos naturais de grande beleza onde é possível praticar montanhismo, escalada, trekking, mountain bike, rappel, parapente, motociclismo, rafting, canoagem, pesca esportiva, enfim, toda uma enorme gama de esportes de aventura.

Um comentário:

  1. Minas Gerais possui um leque muito grande da prática de ecoturismo. Suas belas paisagens naturais e o intenso contato com a natureza incentivam as pessoas a visitarem os locais para descansar e apreciar a natureza saindo um pouco do stress do dia-a-dia. Pródigo também em recursos minerais as pessoas aproveitam para usufruir dessas áreas criando-se parques abrangendo todos os recursos oferecidos como: fauna, flora, recursos naturais e minerais e etc. O sucesso destes parques vem em consequência dessa valorização de Minas Gerais, onde os turistas tem esse prazer em encontrar preciosos tesouros naturais guardados entre as montanhas de Minas.

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