segunda-feira, 30 de maio de 2011

Chapada Diamantina surpreende por quantidade de atrações




Fernando Serpone
Encravada no interior da Bahia, a Chapada Diamantina compreende algumas das paisagens mais bonitas do país. Cachoeiras, poços, vales e grutas em meio a uma rica biodiversidade criam os cenários perfeitos para passeios de jipe, caminhadas, esportes radicais e trilhas - a pé, a cavalo ou de bicicleta. 

O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985, abrange uma área de 1.520km², sendo este a principal unidade de conservação da Chapada, que se estende por 38 mil km² de cerrado, Mata Atlântica e caatinga. 

A 412km de Salvador, o município de Lençóis é o principal centro turístico da Chapada. A cidade é ponto de partida para diversos programas pela região e conta com grande oferta de restaurantes e agências de turismo.

A viagem de ônibus entre Salvador e Lençóis leva cerca de seis horas. De avião, são 45 minutos. Desde abril de 2009, a Trip linhas aéreas faz voos entre as duas cidades aos sábados. 

Aos viajantes em busca de isolamento e tranquilidade, o povoado de Vale do Capão é uma opção bem interessante, com boas pousadas e comunidades alternativas. O vilarejo, localizado no município de Palmeiras, é ponto de partida para as principais trilhas da Chapada, como a da Fumaça, Vale do Paty, Lençóis, Andaraí, Gerais do Rio Preto, Gerais do Vieira e Gerais da Fumaça.

Tanto em Lençóis quanto no Vale do Capão existem hospedagens para todos os gostos e bolsos, desde hotéis sofisticados até campings e albergues.

A cidade de Mucugê e a vila de Igatu, bem situadas em relação às atrações da Chapada, também agradam o viajante que busca mais sossego. Tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Igatu foi um importante centro de produção de diamantes, e todas as construções da vila são feitas de pedra. 

Destino obrigatório para os amantes do ecoturismo, quem viaja pela região se impressiona não só com as belezas naturais, mas também com a consciência e o senso de preservação ambiental dos habitantes, como guias e donos de pousadas. No último mês de maio, o Hotel Canto das Águas, em Lençóis, recebeu o certificado de primeiro hotel sustentável do Brasil, conferido pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). 

Trilhas 
Próxima ao Vale do Capão está a Cachoeira da Fumaça, uma das principais belezas da Chapada e uma das quedas livres mais altas do Brasil, com cerca de 380m de altura. A forma mais rápida e fácil de conhecê-la é pela trilha de duas horas que leva ao topo da cachoeira. A Fumaça é um dos programas obrigatórios ao visitar a região.

Para quem gosta de caminhar, de aventura, e tem bom preparo físico, vale fazer a trilha de três dias, conhecida como Fumaça Por Baixo. O percurso permite ver a queda por cima, de frente e banhar-se em seu poço. A caminhada inclui dormir duas noites em barracas ou grutas, tomar banho só de cachoeira (sem sabão) e andar muito - essa é considerada a trilha mais radical da Chapada. 

Mas todo o esforço é mais do que recompensado. Além da atração principal, que já faz valer a caminhada, o percurso inclui também outras paisagens inacreditáveis e várias outras cachoeiras, como a do Palmital. 

Para fazer a Fumaça por baixo é indispensável a presença de um guia. As trilhas, em geral criadas na época do garimpo, são fechadas e sem sinalização. Celulares não funcionam e não há nada nem ninguém na região além de grupos visitando o local. 

Tamanho isolamento pode ser na medida para quem quer descansar a cabeça (mas trabalhar o corpo!) e esquecer por alguns dias o trânsito, computador e celular. A proposta é caminhar muito, refrescar-se em cachoeiras incríveis e se surpreender com a beleza das paisagens, orquídeas e bromélias.

Vale do Paty
Caminhar por vários dias também é essencial para conhecer o Vale do Paty, mas suas trilhas são mais amenas que as da Fumaça. A beleza do lugar é única e impressionante. No vale, há a possibilidade de acampar ou dormir nas casas dos poucos nativos, que oferecem instalações modestas e saborosa comida caseira. 

As agências de turismo fazem trilhas de um a cinco dias pelo Paty. Quatro dias e três noites é o mínimo para quem gosta de andar e quer conhecer bem o lugar. Assim como na trilha da Fumaça, os que visitam o Paty têm a chance de se refrescar em várias cachoeiras maravilhosas. 

Geralmente, o guia das trilhas também é responsável pelo preparo e transporte dos alimentos. Os trilheiros levam suas roupas, lanches e devem voltar com todo o lixo que produzirem. Na bagagem para a Bahia, é bom constar.

De dezembro a março chove mais na região, o que contribui para aumentar a beleza das cachoeiras e do verde da paisagem. Por outro lado, a chuva pode prejudicar os passeios, e ainda há o risco de uma tromba d'água - enxurrada em decorrência do acúmulo de água na cabeceira de um rio. Porém, mesmo nessa época as chuvas não são tão frequentes. De abril a outubro chove pouco e aí algumas cachoeiras podem secar. Antes de viajar, vale conferir a situação das cachoeiras e a previsão do tempo.

Além da Fumaça, outra cachoeira imperdível na Chapada é a do Buracão. Em Ibicoara, a 90km de Mucugê, a Cachoeira do Buracão é uma queda d'água de 80 metros no fim de um cânion magnifíco. Por estar longe das principais atrações da Chapada, ela é menos visitada, mas não deixe de conhecê-la. 

Grutas, poços e pinturas rupestres
As maravilhas e a grandiosidade da Chapada não se limitam à sua superfície: lá está o maior acervo espeleológico da América do Sul, importante por sua beleza e relevância científica. Entre as centenas de cavernas da região, a mais conhecida é a do Poço Encantado. A água ali é de cor azul turquesa devido aos raios do sol que penetram na gruta através de uma fenda. Dada a transparência da água, é possível até ver o fundo do poço, que tem de 30 a 60 metros de profundidade. 

O Poço Azul tem características semelhantes às do Poço Encantado, e é permitido mergulhar em suas águas. Ainda com tom azul e águas cristalinas há a Gruta da Pratinha. Entre as cavernas secas, as mais visitadas são a da Torrinha, Lapa Doce, Paixão, Lapão, Bolo de Noiva, Fumaça, Gruta Azul e Brejões.

A região conta ainda com um rico patrimônio cultural, que inclui 65 sítios de pinturas rupestres, casarões centenários, feiras e artesanatos.

Esportes radicais
A Chapada também é um destino imperdível para os adeptos dos esportes radicais. A lista das modalidades que podem ser praticadas na região é longa, mas vale destacar a escalada, a tirolesa, o canyoning - rapel em cachoeira - e o mountain biking. 

De bicicleta, é possível dar a volta no parque em cerca de sete dias. São 273 km de trilhas de diferentes graus de dificuldade. A viagem entre Vale do Capão e Lençóis dura cerca de cinco horas pedalando, e é um dos trechos mais difíceis da volta. 

De Igatu a Mucugê, o esforço já é bem menor: duas horas de trilha com descidas na maior parte do tempo. Agências de turismo oferecem roteiros que incluem pedalar e caminhar.

Na boca da caverna do Lapão, em Lençóis, há o cave jumping, semelhante ao bungee jumping. Entre os locais de escalada, os de maior destaque são o Parque Municipal de Muritiba, em Lençóis, com mais de 50 rotas, e Igatu, no município de Andaraí.

A região tem atrativos demais para uma viagem só. Quem visita a Chapada uma vez, volta ao local na primeira oportunidade.


2 comentários:

  1. É imprescindível que além de belezas naturais, os destinos turísticos apresentem projetos que visam a consciência e o senso de preservação ambiental.
    Esse exemplo que podemos encontrar na Chapada Diamantina, além de inúmeras atividades incluindo esportes radicais que aproveitam a beleza da região para encantar os turistas e os fazem retornar.

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  2. Mas como incorporar esta notícia à argumentação de sua monografia? Qual a relação com sua solução arquitetônico-urbanística para o TFG?

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